quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

As leis da natureza humana parte 5


 

 "Podem ter a certeza de que não foi quando descobriu a América, mas sim quando estava a descobri-la, que Colombo se sentiu feliz." Fiódor Dostoiévski


A lei do desejo

    Raramente encontramos uma pessoa satisfeita. Sempre que trabalhamos duro para atingir um objetivo, seja ele um objeto material, uma experiência, um emprego, ficamos felizes momentaneamente. Depois disso, corremos atrás de outro desejo. Esse comportamento existe desde a infância, até a idade adulta, faz parte da nossa estrutura cerebral.

    Se o ser humano atingisse um estado de satisfação absoluta, a partir dali ele iria acabar morrendo, pois não existiria motivação para correr atrás de melhorias e evitar futuros riscos. Se nossos ancestrais se contentassem com a caça e coleta, não teríamos construído a nossa grande civilização: cidades, água encanada, eletricidade e computadores.

    É por isso que a grama do vizinho sempre parece mais verdade. No fim, só temos desejo por aquilo que não temos. Se você quer ser desejado, nunca pertença de verdade à ninguém.

1° Controle suas aparições

    Tudo que é disponível e presente demais, sufoca, acaba se tornando normal e comum. Políticos, atores e outras figuras midiáticas sabem muito bem disso. Muitos deles administram a frequência de suas aparições: o equilíbrio entre estar presente o mínimo para não ser esquecido,  e o máximo para não acabar caindo na vulgaridade. E quando é a hora deles aparecerem, "acidentalmente" alguém vaza boatos sobre o que eles estão planejando.

"A ninguém te mostres muito íntimo, pois familiaridade excessiva gera desprezo" São Tomás de Aquino

2° Brinque com as fantasias dos outros

    Chegar ao sucesso requer esforço e sacrifício. É por isso que os COACHS de investimento ganham tanto dinheiro. Eles prometem que o sucesso pode ser obtido por um conjunto de técnicas simples e que ninguém na humanidade pensou nesses truques antes. Faça parecer que você, sua marca e seu trabalho naturalmente possuem algo que é proibido ou inalcançável para os outros. Faça com que eles vejam em você, suas fantasias, seja vago  e misterioso sobre suas intenções e técnicas.


3º Aparente ser objeto de desejo de outras pessoas

    Como o ser humano não tem energia para refletir sobre todas as suas decisões, temos o hábito quase automático de ir pela direção da maioria. Se vemos um grande número de pessoas consumindo um determinado bem ou serviço, inconscientemente decidimos que ele é bom e que devemos o possuir.

    É por isso que baladas e outros estabelecimentos deixam de propósito que suas filas fiquem um pouco amostra, ou muitos produtos e serviços são apresentados com  a mensagem de que são limitados ou muito demandados,  e podem acabar a qualquer momento.

    No âmbito dos relacionamentos, um homem que nunca namorou antes não é bem visto pelas mulheres, enquanto os comprometidos ou que são desejados por outras, sempre tem vantagem. Portanto, faça parecer que você é desejado. Não corra atrás das pessoas, faça parecer que você já tem mais clientes/ pretendentes do que é capaz de segurar.

sábado, 18 de dezembro de 2021

As leis da natureza humana Parte 4


 

 A lei do comportamento compulsivo

 

    Ixion era um rei de uma pequena Cidade Estado da Grécia. Um dia, ele fez um arranjo com um rei de outra cidade, onde Ixion entregaria seus cavalos mais valiosos em troca da mão da filha desse rei em casamento. O matrimônio aconteceu conforme o planejado, mas Ixion não cumpriu a sua parte no acordo, gerando brigas com o seu novo sogro. 

    Os atritos entre os reis só tiveram fim, quando Ixion o convidou para seu palácio, sobre o pretexto de fazerem as pazes, e lá o empurrou numa câmara subterrânea, que ardia em fogo. A notícia desse sacrilégio se espalhou por todo o reino, e Ixion foi tirado do poder e vagou como um miserável pelas ruas.

    Mais tarde, ele rogou aos deuses por perdão, e imediatamente, eles o transportaram para o Olimpo, onde ele participou de banquetes com os deuses.Todavia no momento em que as coisas estavam começando  a melhorar, Ixion retomou seus velhos hábitos impulsivos. Ele passou a assediar Hera, a esposa de Zeus, e quando o anfitrião soube da grande desfeita do seu hóspede, o expulsou do Olimpo, mas ainda poupou sua vida.

    Por fim, quando retornou ao mundo dos homens, Ixion tentou contar à todos que esteve no Olimpo, e lá possuiu a esposa de Zeus. Aquela foi a gota d´água para Zeus, que matou Ixion e o enviou ao Tártaro, onde estava condenado a passar a eternidade girando numa roda de fogo.

O que essa tragédia grega tem a nos ensinar sobre a natureza humana?

    Todos os seres humanos tem sua personalidade, caráter e padrão de comportamento cunhados em sua maior parte, nos primeiros anos de vida. Depois disso, pouca ou nenhuma mudança é possível. Estamos sempre presos à padrões, embora muitas vezes não temos conhecimento disso.

    Talvez você conheça alguém que trai constantemente os seus parceiros amorosos, jura que vai tentar mudar, mas no fim sempre recai aos velhos costumes. Outra pessoa sempre acaba caindo nos mesmos relacionamentos abusivos, outro que sempre fala que vai guardar segredo, mas no fim sempre vai fofocar sobre você.

    O verdadeiro erro dessa tragédia não foi de Ixion , e sim dos deuses: que tentaram dar o beneficio da dúvida a uma pessoa que já tinha um histórico de causar um rastro de caos e problemas por onde passa. No fim, a natureza de Ixion era como uma roda sobre o fogo, ela pode subir e passar um tempo em tranquilidade,mas sempre vai voltar a descer e se queimar.

"Tenha sempre em mente o corolário principal dessa lei: as
pessoas nunca fazem algo apenas uma vez. Elas talvez tentem
se desculpar, dizer que perderam a cabeça naquele momento,
mas tenha certeza de que vão repetir seja qual for a bobagem
que cometeram em outra ocasião, compelidas por seu caráter
e por seus hábitos. Na verdade, muitas vezes vão repetir ações
que contradizem completamente seus próprios interesses,
revelando a natureza compulsiva das suas fraquezas. "Robert Greene

Red Flags que acusam pessoas de caráter fraco:

  • Fica extremamente irritado quando algum problema inesperado acontece
  • Trata mal pessoas que estão abaixo dele em alguma hierarquia
  • Vive falando mal de quem não está presente
  • Tem amizades duvidosas
  • Tem má relação com seus antigos relacionamentos amorosos
  • Defende apenas opiniões que são populares no seu ambiente

 

Alguns arquétipos perigosos

Hiper perfeccionista:  Na primeira vista, parece preocupado com  a boa qualidade do trabalho, mas depois você percebe que esse tipo não sabe delegar tarefas, ele sempre quer supervisionar tudo, estar no controle de tudo, não dá autonomia para ninguém.

O rebelde: A primeira vista, é sedutor se juntar a esse tipo. Lutam contra a autoridade e contra as injustiças, mas na verdade é apenas uma compulsão para se sentir poderoso e importante. Ele faz confusão por tudo, e muitos desses conflitos acabam em processos judiciais. Elas detestam quem tem mais poder que elas.

O sexualizador: Talvez você conheça alguém que, embora seja heterossexual, vive fazendo comentários e tocando outros homens só para causar desconforto. São pessoas desinibidas que não possuem competência e ao longo prazo, desenvolvem problemas psicológicos.

O dramático: Sempre tentam chamar a atenção com drama. Eles sempre são as vítimas.Se você perceber esse padrão,  fuja o mais rápido possível, ou será arrastado para os dramas pessoais delas.

O falastrão: Ele tem projetos maravilhosos,  e precisa de apoiadores. Mas na hora de colocar em prática e assumir a responsabilidade, eles abandonam o plano, e deixam esforços desperdiçados. Mas a culpa pelo fracasso nunca é deles.

O simpático: Sempre educado e sorridente, mas não trabalha direito e fala de você pelas costas. Se a maioria concorda com X, ele também concorda. Se na rua ao lado todos apoiam Y, ele rapidamente muda de ideia.

Estude seus próprios comportamentos

Será que você também tem falhas auto destrutivas? Quais foram os maiores erros que você cometeu? Existe um padrão? É fácil achar a compulsão dos outros, mas nossas autoavaliações tendem em ser confusas e duvidosas.