Resumo do guia do autocontrole (Scott Young)

 

     Recentemente, eu conheci o trabalho de Scott Young, que fez o desafio do MIT, e escreveu o livro Ultralearning e vários outros micro livros sobre aprendizado acelerado. E irei postar aqui uma série de resumos sobre os seus textos, que são muito bem embasados cientificamente, note que 20% do texto integral são compostos pelas citações de referências.

Autocontrole

    A capacidade de abdicar de um prazer imediato para obter uma recompensa maior no futuro é uma maneira simples de explicar o significado dessa palavra. Até uma criança pode reconhecer que o autocontrole é o caminho natural e lógico a ser seguido. Mas entender e realmente por em prática são duas coisas totalmente diferentes. Até mesmo adultos tem problemas de autocontrole.

    O autocontrole é um dos fatores mais determinantes para contribuir com a felicidade, relacionamentos harmoniosos e sucesso profissional. O senso comum falaria que pessoas que apenas trabalham e estudam não aproveitam a vida e podem acabar infelizes, mas as pesquisas falam o contrário: pessoas com baixa capacidade de se auto governar acabam sofrendo de culpa, frustração e arrependimento.

O paradigma do autocontrole limitado

    Na maioria dos artigos e livros que eu já li, é sempre dito que o autocontrole é como uma bateria, onde ele é desgastado a medida que você o exerce no seu dia a dia. E quando ele chega no limite, você precisa o recarregar. Esse é o modelo que que foi mais difundido, mas pesquisas recentes, argumentam que ele está errado.

     Cognitivamente falando, escutar música e assistir séries tem a mesma carga neural que escutar e assistir aulas. Então porque não ficamos cansados pelas primeiras,  e adiamos as segundas? A resposta é que nosso imaginário entende que o primeiro deve ser uma atividade divertida, enquanto a segunda é trabalhosa. Nossos cérebros já passaram tanto tempo assistindo, jogando e escutando música, que essas atividades não exigem mais autocontrole.

    As novas teorias afirma que seu autocontrole não é limitado, ele simplesmente é o que você acha que ele é. Se você entende que certas atividades não são trabalhosas, e que você não tem resistência mental para as executar, isso acaba se concretizando. Mas se você pensa que seu autocontrole é limitado e que você ficará cansado ao realizar certas atividades, isso também acaba sendo uma profecia autorrealizadora.

Estratégias de autocontrole

• Depreciar as tentações. Enxergando seus efeitos danosos ao longo prazo e  vendo que o prazer momentâneo que elas fornecem não é tão grande assim;
• Supervalorizar os bons hábitos. Projetando seus efeitos ao longo prazo e entendendo que eles não são uma tortura, e podem se tornar um prazer;
• Condicionar recompensas e punições ao seu desempenho;
• Cultivar uma autoimagem de que você é uma pessoa que tem autocontrole;

Referências:

https://www.scotthyoung.com/blog/2019/09/30/self-control/

As leis da natureza humana parte 9

A lei da sombra

 

    Todos nós possuímos um lado nosso que não queremos mostrar, mas em momentos de grande estresse, a máscara cria rachaduras. Quando nossas sombras se manifestam, elas podem nos levar a comportamentos autodestrutivos. Como nos casos anteriores, nossa tarefa é dupla: precisamos identificar a sombra nos outros e em nós mesmos.

Meios de identificar sombras:

A. Projeção

    É uma das formas mais poderosas de identificar um lado sombrio nos outros. Ela ocorre quando as pessoas escondem suas personalidades e projetam suas qualidades negativas nos outros, e as criticam. Talvez você conheça alguém que reclama da promiscuidade sexual da sociedade, mas tem vários filhos fora do casamento.

    A melhor forma de identificar esse tipo de sombra é ignorar o que elas prometem ou declaram e olhar o que elas fazem. Se uma pessoa tem relação atribulada com os familiares e é simpático com colegas de trabalho, com o tempo ela levará a tirania de casa para o trabalho quando surgir a oportunidade.

B. Comportamento acidental

     Ocorre quando as pessoas bebem ou estão em um momento de explosão emocional. Nesses estados, elas demonstram quem realmente são e depois culpam a bebida ou as horas ruins.

C. Fanatismo

    Esse meio se manifesta quando as pessoas adotam uma causa fervorosamente, e acreditam que essa causa representa tudo que é bom e justo. Enquanto a outra é errada e maligna. Depois, elas se acham na licença de mentir e trapacear em favor de suas causas. Elas falam que é apenas uma troca de ideias, mas lá no fundo tudo que elas querem é agredir e afirmar superioridade sobre as pessoas.

Para o lado reprimido, muitas pessoas usam uma fachada oposta.

O valentão: Provoca todas as pessoas e se gaba das coisas que fez, mas na verdade são sensíveis por qualquer provocação;

O santo: Disfarça sua sede por poder e atenção projetando uma aparência de apoiador das grandes causas progressistas e espirituais, e quando chegam ao poder, mostram quem verdadeiramente são;

O esnobe: Seu passado e realizações são extraordinários e todos os seus gostos são refinados e excêntricos, mas na verdade tudo isso é apenas exageros ou disfarces, para reprimir inseguranças;

As leis da natureza humana parte 8

 

"Se você acredita que pode ou acredita que não pode, em ambos os casos estará certo" Henry Ford

 

    Cada pessoa tem uma maneira pessoal e subjetiva de encarar a vida. Geralmente essa mentalidade pessoal é formada nos primeiros anos de vida, e é muito difícil de ser modificada.

    Uma pessoa que se pensa em si mesmo como um quase semi deus, capaz de conquistar e alcançar qualquer coisa, desde que se esforce o suficiente para isso, geralmente o consegue.

    Por outro lado, outra pessoa que se considera sem talento e indigna de boas relações, acaba geralmente atraindo todas as coisas que pensa para si mesma.

    Se você considerar cada dia um como um dia diferente do anterior, e vê nesses dias a capacidade e potencial para evoluir, você avançará com prazer. Mas se você encara cada dia como a mesma mesmice, e reclama sobre suas situações e culpa os outros por seus problemas, eles sempre continuaram a te estagnar.

A seguir veremos alguns tipos de mentalidades perigosas. Você pode achar muitas pessoas do seu cotidiano que que as possuem, mas se lembre que você também pode possuir alguma delas.

 

O hostil

    Esse espécime tem atitudes bruscas e trata os outros mal, mas é só o jeito dele, não é por maldade. Mas quando as outras pessoas devolvem essas hostilidades, ele começa a se indignar e alegar que está sendo perseguido, na verdade essa não é a primeira vez, ele tem o histórico ser perseguido injustamente.

    Se você se encontrar com esse tipo, não alimente ele com hostilidade, ao invés disso, adote uma postura neutra e indiferente. Caso você tenha esses traços, simplesmente pare de repetir esses padrões.

Os evasivos

    Eles são viciados e procrastinadores, começam muitos projetos, e o modo como falam e vendem seu peixe deixa todos maravilhados, mas nunca terminam ou entregam o que prometem, e sempre tem uma boa desculpa para os outros e para eles mesmos. Eu teria conseguido, se não fosse por aquilo.

    Você pode identificar esse tipo pelas trilhas de planos abandonados e pessoas deixadas na mão. Evite se envolver com essas pessoas, e caso seja obrigado a se associar com eles, tente os desmascarar o mais rápido possível. Se é você quem pertence a esse grupo problemático, tente começar algum projeto pequeno, e avance nele, o importante é tentar até o fim, mesmo que você falhe.

Os depressivos

    Todos tem fases depressivas, mas existe um grupo de pessoas que possuem a mentalidade depressiva. Elas se acham incapazes e insuficientes para tudo. Tentar ajudar essas pessoas é perda de tempo, muitas vezes elas só vão arrastar você para os problemas delas. Caso você esteja decaindo para esse estado, busque as artes: escreva contos, desenhe, se conecte com o seu eu criativo.

Os ressentidos

    É o tipo mais difícil de ser identificado, pessoalmente, é o tipo com que eu mais me identifico. Somos verdadeiros acumuladores de mágoas e remorsos. Esse tipo de pessoa não vai se vingar imediatamente, mas quando tiver a oportunidade, ele descontará tudo que ele acha que deve ser descontado. Para esse tipo, todos os seus problemas são culpa dos outros mais bem sucedidos.

    Caso você se identifique com esse tipo, se lembre que é você quem faz sua vida, seus problemas e defeitos podem não ser realmente da sua culpa, mas só você pode os resolver.

As leis da natureza humana Parte 7

 A lei da atitude defensiva

    Durante o desenvolvimento da nossa personalidade, criamos uma opinião sobre nós mesmos, que pode estar correta ou não. Se essa imagem mental é desafiada, encaramos isso como uma ameaça. Se essa opinião é fortalecida : teremos um colaborador fiel.

    Cada pessoa tem um ou vários tipos de autoimagem,  mas existem 3 que são quase universais.

 

A. Autonomia

    Ninguém gosta de receber ordens ou ser obrigado a fazer o que não quer. Uma pessoa pode até ceder a pressão e fazer o que é mandado, mas no fim irá se rebelar e sabotar o trabalho na 1º oportunidade. É por isso que as empresas modernas evitam usar termos como: empregado e subalterno. Hoje são colaboradores ou membros.

    Sempre que tentar convencer alguém a fazer algo, faça parecer que é ela que quer isso, não você.

 

B Inteligência

    Debates acalorados nunca acabam bem, principalmente para quem os ganha. Ninguém gosta de se sentir burro ou incompetente. Discutir com as pessoas só resulta em fechar oportunidades e fazer inimigos. Nunca tente convencer alguém a aceitar suas causas, mas faça parecer que você está disposto a abraçar as deles.

    Não se trata de concordar com tudo, e sim de parecer neutro no início. E com uma conversa (não uma discursão) acabar aos poucos se convencendo dos ideais do alvo.

C. Bondade

    Todos os seres humanos gostam de pensar em si mesmos como boas pessoas. Hoje em dia o significado de ser bom é ser progressista, apoiar as causas dos mais fracos e oprimidos. Sugerir que as pessoas são hipócritas ou preconceituosas com certos grupos pode gerar respostas agressivas.

1º Seja um ouvinte atento: Deixe que as pessoas falem sobre suas ideias e suas vidas. Fale pouco e mostre que está prestando atenção.

2º Envolvimento emocional: Use de piadas e outros mecanismos lúdicos para tornar sua imagem positiva

3º Descubra a autoimagem dos seus alvos e a refoce

4º Ache as inseguranças das pessoas e as amenize

5º Psicologia reversa: Caso nada escrito acima funcione, mande essas pessoas fazerem o oposto do que você quer. Use a rebeldia contra eles.

As leis da natureza humana Parte 6

 A lei da miopia

    O cérebro humano evoluiu para satisfazer suas necessidades de curto e médio prazo, mas somos naturalmente débeis quando se trata de planejar à longo prazo. A maioria dos planos futuros das pessoas, acabam sendo mais desejos do que metas, já que muitas vezes, não existe nenhuma estratégia real.

     O ser humano tende em se deixar impressionar por acontecimentos momentâneos e agir sem refletir muito. É por isso que a maioria das bolhas financeiras acontecem. Todos observam que seus amigos e inimigos estão fazendo dinheiro magicamente, então obviamente queremos fazer parte. Ninguém parece pensar sobre como o dinheiro está sendo ganho, se o trabalho é quase inexistente e que os preços das ações um dia haverão de se estagnar e levar milhares à falência.

    Podemos nos irritar com um amigo que não está nos dando suporte, sem refletir que naquele momento ele pode simplesmente está com seus próprios problemas, enquanto novos conhecidos que aparentam ser mais simpáticos, na verdade se provão inimigos perigosos no futuro. Outras vezes temos um problema que inicialmente parece horrível, na verdade é simples de se resolver.

    O melhor caminho para evitar erros de decisão, é recuar um pouco e analisar o todo. Não se deixar levar pelo calor do momento, ou pela popularidade das tendências, e pensar realisticamente no futuro.

Abaixo temos os principais erros de decisão

Previsões incorretas de futuro

    Casos de leis que acabam ajudando exatamente o que deveriam combater, ou tentativas de resolver problemas que acabam gerando outros problemas maiores são bem comuns na história, especialmente no Brasil. Tudo isso acontece porque muitos processos, que são obviamente complexos, são exageradamente simplificados.

    Simplificadamente, proibir drogas iria fazer com que elas não fossem compradas ou usadas, quando na realidade, que é muito mais complexa: acaba criando um mercado ilegal e perigoso, que tira a vida de milhares de pessoas e fomenta muitos outros  crimes.

Combate resistivo

    Você está envolvido em vários projetos difíceis, e as circunstâncias mudaram, e muitos deles agora não valem mais tanto a pena. Mas você já gastou muito neles, e não quer que tudo seja em vão. É preciso focar no essencial e abandonar lutas sem sentido, mesmo que isso seja doloroso

 Sobrecarga de informação

    O mundo moderno possui uma super oferta de informações que, ao contrário do senso comum, deixa nossas decisões mais confusas. No mundo da política e dos negócios, é preciso observar um cenário por meses a fim de avaliar se determinado candidato ou investimento realmente é promissor. Mas o excesso de notícias encurta nossa visão e muitos passam a ver apenas o presente.